1º Encontro de Dirigentes Sindicais Bancários da Região Sul

07/08/2013

Mais de 70 dirigente sindicais participaram do 1º Encontro de Dirigentes Sindicais Bancários da Região Sul, realizado em Foz do Iguaçu, PR, dias 6 e 7 de agosto. O evento, realizado pela UGT – União Geral dos Trabalhadores, através da secretaria Nacional para Assuntos da Região Sul, reuniu dirigentes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do apoio da Federação dos Bancários do Paraná, FEEB-PR, da UGT-PARANÁ e da CONTEC – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito.


Durante os dois dias foram apresentados temas relevantes à categoria dos bancários, como a questão do assédio moral no ambiente de trabalho; as novas portarias do Ministério do Trabalho e Emprego, que refletem na organização sindical; e questões referentes à atualização sindical dos dirigentes bancários e as bandeiras de luta da UGT.


Na abertura do encontro, na terça-feira, 06/08 , o prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira (PSB), fez questão de agradecer a escolha da cidade  por sediar o evento, colocando-se à disposição para colaborar no que for necessário para a valorização dos trabalhadores representados pela UGT. Reni agradeceu ainda ao presidente da UGT-PARANÁ, Paulo Rossi e ao presidente da FEEB-PR, Gladir Basso, por sempre apoiarem os projetos apresentados por ele quando exerceu o mandato de deputado estadual. O prefeito ainda  se comprometeu junto ao presidente nacional da UGT, Ricardo Patah a encaminhar a proposta apresentada pela central de criação da Casa do Imigrante. O presidente da UGT falou da importância desse centro de apoio, principalmente numa cidade como Foz do Iguaçu, porta de entrada para o Brasil, onde há um grande trânsito de trabalhadores dos diversos países latino-americanos na busca de oportunidades de mercado. “Temos de pensar em dar apoio a essas pessoas, com suporte adequado para que esses milhares de trabalhadores possam ter condições dignas de vida”, disse Ricardo Patah. Com o grande número de encontros sindicais e a importância estratégica de Foz do Iguaçu, Patah lembrou que a cidade pode ser elevada à categoria de ‘Capital Sindical do Mercosul’.


Por sua vez o presidente da Federação dos Bancários do Paraná (filiada à UGT) e secretário Nacional para a Região Sul da UGT, Gladir Basso, falou sobre a importância desse encontro inédito no mundo sindical bancário. “Estamos aqui para discutirmos questões muito importantes para todos os trabalhadores bancários e que têm reflexos em todo País, entre eles o assédio moral registrado em diversas instituições bancárias do Brasil”. Basso falou ainda da representatividade registrada no encontro, com lideranças de importantes cidades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com a presença de um grande número de mulheres presidentes e dirigentes sindicais.
O presidente da UGT-PARANÁ, Paulo Rossi, agradeceu a receptividade da entidade anfitriã do encontro, na pessoa da companheira Cristina Delgado, presidente do Sindicato dos Bancários de Foz do Iguaçu (filiado à UGT) e vice-presidente da FEEB-PR. Rossi também falou do papel significativo das mulheres bancárias, lembrando que a secretária Geral da UGT-PARANÁ, Iara Freire trabalhou vários anos em instituições bancárias. “A FEEB, a CONTEC e em especial o sindicato dos bancários de Foz mostram com esse encontro que há uma carência no processo de formação de lideranças sindicais, e a UGT, por meio de sua Secretaria Nacional para a Região Sul foi muito feliz em oportunizar esse encontro de alto nível nos debates”, disse Rossi.


Na abertura dos trabalhos marcaram presença o presidente da Regional Oeste da UGT-PARANÁ, Antonio Vieira Martins e o presidente da Regional Litoral, Jaime Ferreira dos Santos, além de diversos dirigentes sindicais de outras categorias que prestigiaram o evento, dentre eles o presidente do SELETROAR, Paulo Bastos e do SINDIFER, Alvacir Balthazar; o secretário de Finanças da UGT-PARANÁ, Moacir Pereira e o adjunto da pasta, Rogério Kormann, além do vereador e presidente da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, José Carlos (PMN), que também preside o Sindicato dos Comerciários de Foz do Iguaçu e Região (filiado à UGT), que em sua fala propôs que a UGT realize em 2014 a sua reunião da direção nacional nesta cidade.
PALESTRAS


No primeiro dia do encontro (06/08) foram apresentadas as palestras: “Assédio Moral nos Bancos e Estabelecimentos de Crédito”, proferida pelo assessor jurídico da UGT-RJ e de vários sindicatos do Rio de Janeiro, o advogado Silvio Lessa, que já foi dirigente bancário; e a as questões que envolvem a “Atualização dos Dirigentes Sindicais e as Bandeiras Defendidas pela UGT”, apresentadas pelo professor e mestre em educação,  Erledes da Silveira.


Ao falar sobre as diversas formas onde há assédio moral no ambiente de trabalho, o advogado Silvio Lessa destacou a importância de se discutir amplamente no mundo sindical o combate a essa prática nefasta de pressão contra trabalhadores e trabalhadoras. “Os sindicatos têm de pensar em incluir na CCT (convenção coletiva de trabalho) cláusulas condenando  as ações de assédio moral. Temos de deixar claro que condenamos toda e qualquer prática desse tipo no ambiente de trabalho”, disse Lessa. Ele lembrou ainda que cabe aos trabalhadores denunciarem junto ao sindicato toda e qualquer prática de assédio moral. “Ao sindicato cabe dar encaminhando junto ao Ministério Público do Trabalho dessas  denúncias e se for o caso obrigar as empresas a assinarem Termos de Ajuste de Conduta (TAC).


Ao relatar suas experiências pessoais de assédio moral sofridas no ambiente de trabalho,  o presidente da Regional Litoral da UGT-PARANÁ, Jaime Ferreira dos Santos, falou de seu sofrimento, e motivado em mudar as ações que menosprezam os trabalhadores, apresentou, durante o período em que esteve ocupando o cargo de vereador na Câmara Municipal de Paranaguá, Projeto de Lei condenando toda e qualquer forma de assédio moral no serviço público municipal de Paranaguá.


Por sua vez, ao falar sobre as bandeiras de luta da UGT e atualização dos dirigentes sindicais, o professor Erledes da Silveira fez uma ampla abordagem sobre a participação sindical nos períodos históricos do Brasil, e a importância da conscientização dos trabalhadores na tomada racional dos rumos da política e da economia do país. “Temos que ser os principais atores das transformações, os protagonistas de nossa história. A classe trabalhadora não pode se acomodar no papel de coadjuvante das decisões do Parlamento. Por isso temos de estar atentos aos processos eleitorais, integrando as Câmaras Municipais, o Legislativo Estadual e o Congresso Nacional”, falou Erledes.
Na manhã de terça-feira (07/08), os trabalhos começaram com a palestra da consultora  Zilmara Alencar, ex-secretária Nacional de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Ela falou sobre as novas portarias do MTE e seus reflexos diretos na organização do movimento sindical. Zilmara citou ainda a pesquisa do IBOPE sobre o grau de confiança da população nas principais instituições brasileiras. “O movimento sindical precisa ficar atento aos dados apresentados. Os sindicatos, atualmente, têm um índice de apenas 37% de confiança da população. É preciso refletir sobre isso”, disse Zilmara.


A consultora jurídica lembrou aos sindicalistas sobre os processos que tramitam no MTE em que muitas vezes apareciam vários processos em que assinaturas eram falsificadas e que levou o ministério a obrigar a certificação digital. Além disso, a Portaria 326/13, exige várias informações que trazem segurança às entidades legalmente constituídas.