Na primeira rodada de negociação banqueiros só dizem não

13/08/2013

Aconteceu nesta segunda-feira (12/08) a primeira rodada de negociação entre a CONTEC (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito), entidade filiada a União Geral dos Trabalhadores (UGT)  e a FENABAN. O encontro foi no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.  Lourenço do Prado, presidente da CONTEC, coordenou a representação dos bancários, enquanto Nicolino Eugênio da Silva Júnior foi o interlocutor da FENABAN. 

 

Na reunião dessa segunda-feira com os banqueiros foram discutidos os temas Saúde e Condições de Trabalho. 

 

A primeira negociação começou não teve bos resultados. Isso porque  os representantes dos bancos negaram todas as reivindicações apresentadas pela CONTEC. A primeira discussão do dia foi a respeito do custeio de vacinas preventivas e exames periódicos de maior complexidade para os bancários. Apesar de algumas instituições já aplicarem a vacina contra a gripe em seu quadro funcional, muitos trabalhadores não são abrangidos com a medida, pois no momento da aplicação da vacina muitos estão fora do seu local de trabalho em visita a clientes. Os bancários reivindicaram a fixação de cartazes informando local, data e horário da vacinação, para que todos possam se programar e se prevenirem contra a doença. 

 

A Fenaban não concorda em incluir esta cláusula na Convenção Coletiva, pois entende que esta é uma questão a ser tratada com cada empresa, pois alguns bancos já aplicam programas de prevenção. Os banqueiros foram além, afirmando que o cuidado com a saúde deve partir do funcionário, deixando claro que não se preocupam com a saúde dos trabalhadores.

 

Para Gladir Basso, presidente da Federação dos Bancários do Paraná, os exames periódicos feitos atualmente são muito superficiais e invariavelmente não detectam enfermidades que acometem os bancários, tanto do lado físico como psicológico. Sérgio Luiz da Costa, presidente do Sindicato dos Bancários de Goiás, argumentou também que investir em prevenção tem um custo infinitamente menor que o gasto com a recuperação de qualquer enfermidade. 

 

A posição dos banqueiros sobre este assunto é ampliar a discussão internamente entre os bancos e retomar os debates nas mesas temáticas ao longo do ano. Sobre as mesas temáticas, a CONTEC afirmou que estas discussões têm tido resultados pífios e que devem ser tratadas pelos bancos com mais seriedade. 

 

“A indiferença com que a FENABAN tratou o assunto causou um grande desapontamento para toda a categoria”, afirmou o presidente da CONTEC Lourenço do Prado. 

Outro assunto discutido com a FENABAN foi a ampliação do prazo para os funcionários desligados dos bancos usufruírem da assistência médica, assim como a extensão do benefício para os aposentados. Os banqueiros rejeitaram a proposta sob a alegação de que a Convenção Coletiva trata somente dos funcionários da ativa.  A CONTEC questionou também o fato de algumas instituições terem suspendido o pagamento da complementação do auxílio-doença previdenciário e auxílio-doença acidentário para os funcionários que já se encontram aposentados pelo INSS. A FENABAN não respondeu a este questionamento, afirmando que esta é uma questão pontual a ser discutida com cada banco. 

 

“As negociações da campanha salarial deste ano começaram sem avanços na área de saúde e somente com muita mobilização vamos romper a intransigência dos banqueiros e conquistar mais benefícios e melhorar as condições de trabalho dos bancários”, afirmou o vice-presidente da CONTEC e Secretário para Assuntos de Finanças e Crédito da UGT Edson Santos.  A próxima rodada de negociação foi marcada para a próxima segunda-feira (19/08), às 14h30,  no mesmo local.