Fiscal responsável por área onde obra desabou em SP nunca esteve no local

05/09/2013

A agente vistora responsável pela área onde um prédio em reforma desabou na semana passada na zona leste de São Paulo, nunca esteve no local, afirmou nesta quarta-feira (4) o coordenador de Planejamento e Desenvolvimento Urbano da Subprefeitura de São Mateus, durante reunião da Comissão de Política Urbana da Câmara Municipal.

 

O coordenador Alfredo Consiglio Carrasco e o subprefeito Fernando Elias Alves de Melo foram convocados a dar esclarecimentos sobre o desmoronamento que matou dez pessoas e deixou 26 feridas em 27 de agosto.

 

Carrasco informou que até hoje não foi designado um substituto para o fiscal responsável pela fiscalização da obra Valdecir Galvani de Oliveira. O agente pediu exoneração em 4 de abril, dez dias após aplicar multa e embargar a construção por irregularidades.

 

Na falta de um fiscal, quem responde pela fiscalização é o chefe do setor. Segundo ele, a agente designada nunca esteve no local.

 

O coordenador admitiu que não sabia da construção irregular. "Nunca passei [por lá], nem é no meu caminho. Só tive conhecimento do projeto da obra", disse.

 

De acordo com o subprefeito de São Mateus, sete agentes vistores atuam na região, sendo dois deles responsáveis por fiscalizar apenas as feiras livres.

 

A Salvatta Engenharia, empresa responsável pela obra na avenida Mateo Bei, também foi convocada para a reunião, mas não compareceu.

 

Também nesta quarta, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público da capital instaurou inquérito para apurar eventuais irregularidades na fiscalização da obra.

 

Este é o segundo inquérito civil público instaurado pelo Ministério Público para apurar as responsabilidades do caso, que é investigado também pela Polícia Civil e pela Controladoria-Geral do Município.

 

Os vereadores que integram a comissão falaram sobre a necessidade de abertura de uma subcomissão para investigar a tragédia em São Mateus.

 

"Não tem muito nexo esse juntado de coisas que foram argumentadas. O que percebemos é que todo mundo estava vendo [a obra embargada], todos conseguiam enxergar, mas muitos não queriam enxergar", criticou o vereador José Police Neto 9PSD). A comissão é presidida por Andrea Matarazzo (PSDB).

 

Das 26 pessoas que ficaram feridas, quatro continuam internadas: três estão no Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, na zona leste. Ralisson Teixeira Silva, 22, está na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da unidade, em estado grave.

 

O estado de saúde de Francisco Diego Borges Vasconcelos, 21, e Antônio Nilson Teixeira, 31, é estável. Alcides Ferreira dos Santos, 31, está no Hospital Geral de São Mateus, também na zona leste, e não corre risco de morte.

 

Fonte: UOL