Por fluidez para ônibus, Prefeitura de São Paulo muda trânsito no centro nesta segunda

16/09/2013

A Prefeitura de São Paulo implanta nesta segunda-feira (16) o primeiro trecho de um sistema de trânsito que prevê mão única de direção para veículos na região central, a rótula central. A medida vai afetar a avenida Ipiranga, na região central da cidade, entre a praça Alfredo Issa e a avenida São Luís, de segunda a sexta-feira das 6h às 22h e, aos sábados, das 6h às 14h.

 

Ao final de todas as etapas, sem prazo para conclusão, o sistema vai percorrer a praça João Mendes, a avenida Rangel Pestana, o viaduto Mercúrio, a avenida Mercúrio, a rua Senador Queiroz, a avenida Ipiranga, a avenida São Luís, o viaduto Nove de Julho e o viaduto Maria Paula.

 

"Há meses fizemos o estudo para implantar a rótula. A velocidade do ônibus vai aumentar 25%", afirmou o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. 

 

De acordo com ele, há hoje uma má distribuição das linhas na região central. "Elas não são troncalizadas, não param no meio do caminho. A saída é troncalizar. O que é isso? É deixar poucas linhas na operação. Programa o horário e, com isso, evita aquela fileira de ônibus."

 

O secretário disse que vai restringir o tráfego em algumas ruas, mexer em estacionamentos, no canteiro central e na rede de trólebus, além de remanejar diversos pontos de ônibus.

 

"Mesmo não proibindo o carro, a faixa na rótula vai ser um agente inibidor do carro. O fato de ter a rótula intimida o uso do carro. É natural. É um processo em que o usuário do carro vai perceber que não vale a pena trafegar por ali", disse Tatto.

 

Para o arquiteto Flamínio Fichmann, essa concepção tem um grande potencial para ter sucesso, porém a adequação operacional em função do interesse do deslocamento dos usuários é que vai determinar o resultado.

 

"A ideia é boa. A proposta é fazer anéis para distribuir o trânsito na escala micro até chegar à região central. Com a rótula, os usuários não serão obrigados a cruzar a região central de ônibus", afirmou.

 

"Com o sistema do Bilhete Único, a prefeitura tem condição de processar as informações e saber quem e quantos usuários têm interesse em utilizar as novas linhas, além de saber saber o número de linhas e de veículos, o intervalo, o trecho", disse o arquiteto. 

"A prefeitura tem os dados, tem um sistema de tecnologia onde foi investido milhões e não utiliza esses dados como fonte de informação. É uma pena porque faz um planejamento da maneira arcaica", afirma Fichmann.

 

O sistema foi implantando em 2004, na administração da então prefeita da cidade, Marta Suplicy (PT), e permite identificar cada uma das viagens dos usuários.

 

Para o especialista em trânsito Horácio Augusto Figueira, não só os usuários de ônibus, mas a cidade será beneficiada. "Isso é ótimo. Tem de implantar faixa exclusiva em toda a cidade", disse Figueira.  

 

Fonta: Folha de S.Paulo