SECSP promove debate sobre tecnologia e trabalho decente no comércio
24/10/2023
O Sindicato dos Comerciários de São Paulo (SECSP) realizou, na manhã desta segunda-feira (23/10), na sede do Secretariado Nacional dos trabalhadores do comércio e dos serviços (Sentracos), o evento Tecnologia e Trabalho Decente: Desafios e Oportunidades no Comércio.
O evento contou com a presença de Ricardo Patah, presidente do SECSP e reuniu dirigentes sindicais da União Geral dos Trabalhadores (UGT), representantes da UNI Américas e diversas entidades de classe, teve o objetivo de discutir as relações de trabalho no comércio diante do advento das novas tecnologias.
Entre os temas abordados estão a 4º Revolução Industrial no mercado de trabalho, vantagens e desvantagens do e-commerce, Marketing Place entre outras.
Rosilania Correia Lima, a Lana, diretora do Sindicato e idealizadora do evento falou sobre os riscos que esta forma de trabalho, desregrada, pode trazer para trabalhadores e trabalhadoras que poderão sofrer com longas jornadas de trabalho, tendo afetadas suas saúdes físicas e mentais.
Márcio Monzane, secretário Regional da UNI Américas ressaltou que o debate é muito importante, pois muda muito a categorização, ou seja, a forma que define o trabalho no setor de comércio, que tem sofrido mudanças profundas com a evolução da tecnologia, saindo das máquinas registradoras com teclas gigantes até os dias de hoje com os caixas totalmente automatizados e a presença dos trabalhadores.
“Isso tem impacto importante, tanto no ponto de vistas de quantidade de emprego, educação profissional, até como se desenvolver a venda no setor de comércio e a remuneração em relação a essa venda, então é urgente fazer esse debate que pode determinar que tipo de negociação as Convenções Coletivas no Futuro teremos ara esses trabalhadores”, explicou Monzane.
Segundo Marcio é preciso entender que a expertise do trabalhador precisa ser diferente com algo mais voltado a tenção do cliente no ponto de vista da venda do que da oferta, pois essa oferta será via Inteligência Artificial, o que vai exigir uma capacitação profissional diferente.
“Esse é o grande ponto para as negociações coletivas, como os Sindicatos se antecipam para discutir o que a gente chama de reconversão profissional, que é como transformar o trabalhador convencional do comércio, que está numa loja, atrás do balcão com uma cadernetinha, naquele que estará preparado no mundo digital, num ambiente informatizado”, disse o secretário da UNI Américas.
Marcio ressaltou que essa mudança precisa ser muito bem avaliada, uma vez que no ambiente digital, as vendas podem ser realizadas de qualquer lugar e a qualquer hora o que impacta diretamente a jornada de trabalho e a saúde e bem-estar dos trabalhadores.
Outro ponto a ser avaliado, para Monzane, tem a ver com uma nova forma de remuneração, pois atualmente, as comissões estão atreladas a oferta e a venda dos produtos, função que no futuro poderá ser feita por Inteligência Artificial, desta forma, se a remuneração estiver ligada a oferta e venda de determinado produto ninguém recebe. “Comissão conectada com a atenção que o trabalhador dará ao cliente”, sugere.
“Esse debate é importante para isso, pois é preciso entender e construir esse processo”, concluiu Márcio.