Cesta básica supera R$ 803,00
09/05/2022
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta
Básica de Alimentos. Nesta sexta (6), divulgou o resultado de abril.
Entre as cidades pesquisadas, São Paulo é o local com maior
custo, R$ 803,99, alta de 5,62% comparando com o mês anterior. O valor da cesta
básica na Capital paulista corresponde a 71,71% do salário mínimo vigente (R$
1.212,00). No acumulado, representa avanço de 27,09% em relação a abril de
2021.
“Essas altas são preocupantes, pois cada vez mais os gastos
com produtos básicos consomem a renda do trabalhador. Se somar o valor da cesta
básica com a gasolina e o gás de cozinha, já toma quase que o salário mínimo
inteiro”, explica Rodolfo Viana, economista do Dieese.
Inflação – No mês passado, o maior aumento registrado foi na
batata, com alta de 24,15%. Na sequência aparecem: tomate (16,09%), leite
integral (9,21%), óleo de soja (8,29%) e feijão carioquinha (7,43%). O único
alimento que apresentou baixa no preço foi a banana, queda de 0,65%.
Já no acumulado dos 12 últimos meses, a maior alta é do
tomate, com assustadores 125,26%. Batata (78,62%), café em pó (74,08%), açúcar
refinado (44,26%) e óleo de soja (31,82%) completam as maiores elevações de
preço. Só o arroz agulhinha teve o valor reduzido no período, com queda de
10,09%.
Mínimo – Levando em consideração que o salário mínimo deve
suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia,
saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese
estima que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 6.754,33, ou 5,57
vezes os R$ 1.212,00 vigentes.
Selic – Para Rodolfo Viana, o recente anúncio do Banco
Central de aumento na taxa básica de juros encarece ainda mais o custo de vida.
“A cada mês, temos visto o poder de compra diminuir numa intensidade não vista
há décadas”, ressalta. O economista alerta: “O aumento da Taxa Selic costuma
demorar semanas e meses pra chegar de fato na gôndola, mas como ela vem
aumentando constantemente há um ano, isso encarece a cesta básica. O aumento
dessa semana virá nos próximos meses”.
Cortes – Diante das altas, Rodolfo acredita que o
trabalhador terá que diminuir cada vez mais o consumo de itens básicos. “Vai
cortar itens como vestuário, lazer, cultura”, projeta.
Composição – A cesta básica do Dieese é composta por
produtos alimentícios considerados essenciais, em quantidade suficiente pra
garantir o sustento mensal de um trabalhador em idade adulta. São 13 produtos:
tomate, batata, café em pó, açúcar refinado, óleo de soja, manteiga, farinha de
trigo, leite integral, banana, pão francês, feijão carioquinha, carne bovina de
primeira e arroz agulhinha.
Fonte e Foto: Agência Sindical